Tradução

Tradução para algumas línguas...

English French German Spain Italian Dutch Russian Portuguese Japanese Korean Arabic Chinese Simplified

Quem sou eu (@eduborile)

Minha foto
Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Quem eu sou? Eu sou o resultado consciente da minha própria experiência. Minhas emoções são radares em um mundo de incertezas. Meus olhos são os intérpretes do meu coração. Minha imaginação é a visão da minha alma e os meus pensamentos são a minha perdição. Este blog vai provar que é possível visualizar o cotidiano com uma ótica diferenciada!

terça-feira, 29 de março de 2011

Papel: Mais antigo que andar para frente?

Não adianta negarmos! Somos seres dependentes da fala. Proferir aos quatro cantos do mundo o que pensamos faz parte do nosso DNA. Seja uma simples conversa com um desconhecido que acabara deconhecer no ponto de ônibus, ou um longo e descontraído bate-papo com um velho amigo que você não vê há anos
Essa sensação inquietante e ao mesmo tempo misteriosa de "puxar conversa", persegue o homem há séculos. Não é à toa (e isso está comprovado historicamente) que as inovações técnologicas têm o intuito primordial de "APROXIMAR PESSOAS".
Com o passar dos dias, horas, minutos, o ser-humano percebe que só falar não resolvia e para não esgotar todas as suas ideias de uma só vez -assim como dividiu o tempo- o homem decide dividir o seus pensamentos. Por simples falta de captação de mensagens (memória), ou até mesmo para renovar e modificar suas inéditas, "opniões de mundo formadas" a partir da visão!
Porém, para dividir esses devaneios ele necessitava de um fiél escudeiro: a Escrita! De anagramas ao alfabeto, o homem vai moldando a recente descoberta.
Da mesma maneira que viu-se obrigado a reiventar-se no processo evolutivo da escrita e notando que agora necessitava de um "veículo ativo" ( em constante movimento) para publicar a novidade recém inventada. A partir dessa necessidade o homem (chinês! Brincadeira!) através  de experiências (ora baseadas em pesquisas, ora obras do acaso) dá origem o papel! E isso contribuiu para sua memória: quem escreve aprende mais:
"Cientistas da Noruega constataram que quem escreve uma informação à mão, se lembra mais do que se tivesse apenas digitado.A escrita manual demanda mais esforço e concentração do cérebro, favorecendo o processo de aprendizagem" (Revista Super Interessante - Bruno Garattoni na matéria Supernovas, publicada em Março de 2011 p.19). 
O papel aceita tudo e é de fácil exclusão. Problema resolvido. Poderia escrever o quanto desejasse e caso mudasse de ideia era só fazer uma bolinha e arremessar no lixo. (Aliás, quem nunca fez isso!)
Obviamente que não foi tão fácil assim...
Para entendermos um pouco mais, vamos partir da evolução PAPIRO-PERGAMINHO-PAPEL.
Não há data definidam, estipulada que "cadastre" que período histórico que o papiro surgiu, porém sabe-se que foi utilizado inicialmente pelos egípcios (viu? Eles não têm contribuição histórica apenas nas pirâmides). Foi um produto artesanal (finíssimas tiras de madeira, sobrepostas e cruzadas) que conquistou grande aceitação, logo gerou-se um monopólio envolta do papiro que posteriormente abasteceu regiões da Ásia e da Europa.
 O pergaminho surge no século II a.C, onde baseado num fato lendário, o Rei de Pérgamo (área equivalente a Tuquia) Eumenes II sofre represália. O Rei tinha a ambição de um centro de estudos na cidade, porém segundo Antônio F. Costella  "[...] Os faraós do Egito não viam com bons olhos essa pretensão que punha em risco a supremacia de sua famosa biblioteca, instituição máxima da época, e [...] proibíram a venda do papiro em Pérgamo"
Sem alternativa, Eumenes, fazendo uso de peles de animais inventou o pergaminho. O aprimoramento do projeto de seu centro de estudos, associado ao crescimento contínuo da mesma, levou à necessidade de quantidades mais significativas de material de escrita. Tal fato , associado ao bloqueio árabe do Mediterrâneo, contribuiu para a natural aceitação do pergaminho. (Não tem TU, vai TU mesmo!)
Como Costella mencionou : "Nessa época, o papel que depois tornaria-se o sucedâneo ideal do papiro e do pergaminho, ainda nem chegara ao continente europeu."

Antes de chegarmos ao PAPEL (de fato), vamos com calma!
Ao contrário do que imaginava-se, descobertas históricas/arqueológicas comprovaram que já havia sido fabricado no século II a.C na China Setentrional. Costella reforça:
"Convém  também lembrar que em suas remotas origens o papel avizinha-se ao longo dos tempos tiveram a mesma finalidade."
 Isso gera discussão para a evolução até hoje mistificada do PAPIRO-PERGAMINHO-PAPEL, onde a ordem dos fatores pode estar alterada. Levando em consideração que papiro e papel vieram a surgir paralelaente, contudo em regiões distintas. ( Repare: SEM burlar os limites da CHINA).
 Costella menciona:"Cabe aos chineses a glória da invenção do papel [...] podemos afirmar que no início da nossa era, o papel chinês já existia e estava pronto para iniciar um longo e moroso itinerário tendo por cenário o mundo e por cronologia os séculos". 

A humanidade chegara a um ponto deplorável, como Costella relata: "Raspar as escritas de pergaminhos antigos para neles registrar nos mesmos e ainda, recortando-os depois de raspados para neles desenhar imagens sacras [...] Incalculável foram as obras da Antiguidade perdidas [...] o que nos restou [...] somente se salvou por intermédio dos árabes." 
Certamente depois dessa informação, você vai parar de pensar que os árabes só servem para protagonizar guerras e atentados terroristas. Certo? Errado!
Houve uma batalha entre chineses e árabes. Os chineses saíram derrotados  e alguns prisioneiros capturados pelos árabes eram papeleiros. Conforme Costella : "Tornaram-se ( os papeleiros) preciossíssimo despojo de guerra, pois ensinaram aos árabes a técnica de fabricar papel."
Não foi dessa vez que os árabes foram absolvidos!
Como um jovem em busca de emprego, o papel fez várias "entrevistas" em países da Ásia ( China, Coreia, Japão, Índia , Vietnã...) e até mesmo África (Marrocos...) antes de chegar à Europa. Costella revela que: "Cerca de um milênio e meio demorou para o papel para partindo da China chegar à Europa, e não  sabe onde aportou primeiro."  França? Alemanha? Holanda? Portugal? Inglaterra?
Foi um processo burocrático mas como o jovem do parágrafo anterior, ele foi "contratado pela humanidade"com a missão de aproximar um escritor apaixonado do século XV, com um adolescente que acabara de ter uma forte discussão com a namorada.
 Com o tempo, tornou-se um produto de grande aceitação, vindo a ser utilizado até mesmo para fins higiênicos. ( O papel não só reiventou o modo de informar!)

Para quebrar barreiras, deixando para trás muita desconfiança ( e antes de se tornar higiênico) o papel foi perseguido por muitos preconceitos durante sua trajetória, fato que sucinta a lentidão na sua aceitação.
Chegaram a dizer que o papel era frágil demais e, por isso indigno de confiança. Fragilidade nesse contexto histórico significava pouco.O preconceito foi anexado a origem do papel. Origem religiosa.Costella salienta:
"Embora o papel seja mesmo mais frágil  do que o pergaminho, tamanha reação foi reflexo, em parte, de um forte preconceito religioso. O papel chegara pelas mão dos árabes e dos judeus, os maiores inimigos de uma Europa, à época, fanaticamente cristã. Logo forçosa e irracionalmente, sofreria o estigma dessa origem."

Depois dessa "volta ao mundo" do papel, paremos para analisar o mundo sem ele. Sem ele: você não teria ouvido falar em Shakespeare, Pero Vaz de Caminha não daria à Portugal o conhecimento do "descoberto" Brasil,  você nem mesmo teria assistido Avatar! Afinal, o filme seguiu um roteiro escrito ( espero eu )  em PAPEL.(Exagerei!) Ele é tão importante que serve de inspiração para muitas inovações tecnológias ( as mesmas com o intuito de Aproximar Pessoas ) como é o caso do I Pad 2 
" Do primeiro para o segundo, o I Pad perdeu um terço da espessura. A tela delgada, maleável [...] está mais perto do que se imaginava. Nesse ritmo de redução anual, em 12 anos (ou seja 2023) o I Pad terá a grossura de uma folha de papel." ( Fábio Altman em matéria publicada na revista Veja - 9 de Março de 2011 "Rumo ao papel digital - p.14
O mundo reiventa-se a todo momento, contudo há coisas (como o papel) que deixam marcas únicas que tendem a reproduzir-se permanentemente. Nessa escada evolutiva onde estamos situados, talvez andar para frente não é mais a solução e dar um passo à trás seja a alternativa para enfim, darmos dois passos à frente!

OBS: TODAS as citações de Antônio F. Costella foram extraídas do livro "Comunicação - Do Grito ao Satélite"

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Seguidores

Postagens